As grávidas, as pessoas com mais de 60 anos e outros grupos vulneráveis têm direito a aceder gratuitamente à vacina contra a gripe. No entanto, alguns mitos que persistem sobre as vacinas levam algumas pessoas a terem receio de se vacinarem. É comum, por exemplo, dizer-se que a vacina contra a gripe causa gripe. Mas será mesmo assim?

É verdade que a vacina contra a gripe causa gripe?

A ideia de que a vacina contra a gripe causa gripe é falsa. Quem o adianta é a especialista em Medicina Interna Ana Isabel Pedroso, aquando da sua participação na rubrica “Viral” do programa “Casa Feliz” da SIC (uma parceria desta estação de televisão com o Viral Check).

A médica explica que a vacina da gripe contém o “vírus inativado” e que, embora no dia a seguir à toma da vacina algumas pessoas possam ter sintomas semelhantes ao da doença, isso não significa que estejam infetadas.

“Em relação aos sintomas pós-vacina, algumas pessoas sentem os sintomas da gripe. Não ficam dois ou três dias com doença, não estão infetados, mas sentem alguns sintomas, principalmente a nível de dor muscular”, sustenta.

O mesmo mito é desmontado também num texto explicativo publicado no site dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla inglesa).

O CDC esclarece que “as vacinas contêm vírus inativados, o que significa que os vírus já não são infecciosos, ou uma partícula projetada para parecer um vírus da gripe” ao nosso sistema imunitário.

Ana Isabel Pedroso aponta que existem diferentes tipos de vacinas, mas que a ideia fundamental de uma vacina é conter “células de memória de combate àquele vírus ou bactéria específico, e, depois, quando entramos efetivamente em contacto com o vírus ou com a bactéria, já temos o sistema imunitário pronto [para o combater]”.

Quem tem direito à vacina contra a gripe gratuita?

Segundo a informação disponibilizada no site do SNS 24, “a vacinação sazonal contra a gripe e a Covid-19 é gratuita para a população mais vulnerável”.

No que diz respeito à vacina contra a gripe, são consideradas vulneráveis, por exemplo, as “grávidas”, as “pessoas com 60 ou mais anos de idade” e as “pessoas com mais de 6 meses de idade e residentes ou internados por períodos prolongados em lares ou instituições prestadoras de cuidados de saúde e com determinadas doenças crónicas e condições”.

Também os “profissionais de saúde do Serviço Nacional de Saúde (incluindo estudantes em estágios clínicos), bombeiros com contacto direto com pessoas idosas, profissionais de estabelecimentos prisionais e profissionais em contacto com residentes ou internados por períodos prolongados em instituições prestadoras de cuidados de saúde” têm direito à vacina contra a gripe de forma totalmente gratuita.

Quanto à vacinação contra a Covid-19, a gratuitidade aplica-se, por exemplo, a grávidas, a “pessoas com 60 ou mais anos de idade”, a “pessoas com idade entre os 5 e os 59 anos e com doenças de risco” e a “profissionais e residentes em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas, instituições similares, Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e estabelecimentos prisionais”.

Têm também direito à vacina gratuita os “profissionais dos serviços de saúde (públicos e privados) e de outros serviços prestadores de cuidados de saúde, estudantes em estágio clínico, e bombeiros envolvidos no transporte de doentes, prestadores de cuidados a pessoas dependentes”.